O
gato cheio de tesão e a gata, dormindo (friozinho de nosso inverno) em minha
caixa de papelão repleta de importantes papéis, não quer. Ele veio,
desaparecido que estava, e a filha da mãe, feia, tirando onda de difícil.
Aquele nhenhém de gatos. Eu já tinha passado por isso, então
chamei os dois à ordem e eles pararam para me ouvir e depois retornaram ao
negócio; ela negaciando com o rabo:
-
Pare com essa presepada – falei ríspido com Ferrugem, seu nome, - e
dê a ele, que andou sumido; você já está gata velha e é tia dele.
Fiquei
matutando. Ele andou por lá e não achou nada e vai daí que se lembrou de uma
tia feia que não saía de casa e que podia socorrê-lo em sua necessidade.
-
Dê a ele, melhor do que aos tranqueiras que você andou arrumando, parindo e
negando cuidados aos filhotes.
Acho
que ela entendeu mas acabou, no bem bom do gato, saindo num apressado de
terror. Dizem, no entanto, que entre eles é assim mesmo. Que seja. Fiquei com
pena foi do gato vermelho procurando posição para a pata direita na hora do vupvup.
02.07.15