terça-feira, 13 de junho de 2023

Os almofadões de Tina

 

 

  

Tina tinha uns almofadões de eterno aconchego. Quase morte. Mas foi vida, porque Edu despertou bem deles e saltou para a luta diária. Morte mesmo foi o apagão que envolveu toda a cidade. Ninguém deu notícia digna de registros. A saída para a aventura tinha sido com estilo. Em dois carros fizeram uma limpeza geral na cidade, ao embocar três garotas e sumir pela estrada da liberação. Não se sabia que cachaça fora aquela que puseram os jovens festivos numa operação em busca de um ambiente de conforto.

Apanhadas na esquina as garotas, meio às pressas, saiu-se ao sabor da improvisação, com uma de sobra e altamente cortejada.  Malgrado o esforço, teve que respeitar a informação de que ela, Cyntia,  ficaria no carro ouvindo CD¨s.  Aí Edu teve que assumir Tina, que estava de pombo correio:

- E aí, Cyntia não vai ficar comigo não, Tina?

- Acho que ela está brigada com o namorado e mandou dizer que vai ficar esperando a gente no carro.

Sem perda de tempo, Tina foi-se aprontando para transar, tirando blusa, soutien, calça, calcinha, e se posicionando na cama. Na hora do mergulho foi que Edu sentiu encontrar a tranqüilidade de correr numa estrada de asfalto com uns almofadões de proteção. Tina, quem diria? Não era à toa que já farejava Tina desde antes. Mas a presença da companheira brigadinha com o namorado o tirara de foco. Agora Cyntia que ficasse lá esperando a volta de namorado, que nem sonhava com ela por aquelas paragens, onde se podia até andar de mãos dadas, que ninguém ali tinha interesse. E foi o que resolveram fazer, porque, de cá se avistava o outro casal irmanado, antes do entardecer se fechar completamente.

- Vamos deixar vocês na outra entrada da cidade, ok?

- Nem lembra mais de Cyntia?                        

- Serviu muito, mas como “chama” pra conhecer você.  Te adorei, Tina.

Só se esqueceu de agradecer pelo conforto dos almofadões.

  

 

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