Atípico. Por isso ignorado
pela crítica que se faz no Brasil. Sempre seguimos duas escolas: a Machadiana
ou a Alencariana. Fora daí ou é um Guimarães Rosa ou é nada. Zezé é nada.
Desculpe-me, José Mauro de Vasconcelos. Zezé, num lembrar do livro de um
escritor português, é “Para Sempre”. Como é que é nada? Um a zero pra nós, que
gostamos de Zezé. É normal a gente ler um romance por mais de dez vezes?
Assistir ao filme, à novela, e ler de novo o livro? O errado sou eu ou a
crítica? O que é a crítica? Livro, literatura – aprendi – é um entretenimento
cultural. O objetivo do autor foi alcançado, pombas. Sociologia pura.
Psicologia também. Em toda sua obra. “Rosinha
minha canoa”, por exemplo, é poesia do começo ao fim, que, numa outra olhada, é
um Manoel de Barros, que surgiu depois – José Mauro já fazia isso de
descoisificar e falar com a Natureza, sem elucubrações ao gosto dos “críticos”.
(Eu era adolescente quando minha mãe
comprou “Obras Completas” de José Mauro de Vasconcelos, que eu ia devorando e
depois, na Faculdade de Letras, eu tinha vergonha de dizer que tinha lido -
aqui meu pedido de desculpa.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário