domingo, 18 de maio de 2014

Meu avô Osvaldo Pereira Dantas



Meu avô Osvaldo Pereira Dantas. Depois que foi embora bate na gente os lances de convivência. Simplicidade, bondade, honestidade – isso fica gravado em nós para sempre. Mas existem também os lances de humor, que envolvem o choque de gerações e de conhecimento da modernidade que se processa hoje em ritmo acelerado.

Vou aqui iniciar uma série de pequenos episódios ocorridos durante nossa convivência com vovozão (ele era graúdo), sub-titulando, conforme o caso.

O caso da TV

Para começar, vale esclarecer que quando Cid Moreira terminava o Jornal Nacional e dizia boa noite ele respondia boa noite. Um dia ali estava e fiz uma correção:

- Vovô, o senhor não precisa dizer boa noite, que isso é televisão: Cid Moreira não está vendo a gente.

- Mas meu filho, depois do homem dar notícia de tudo, do Brasil e do mundo, terminar o serviço, como é que a gente deixa de responder o boa noite?

Acontece que um dia ele estava na casa de meus pais e acabou maravilhado ao ver que a nossa TV era colorida. Procurou saber, vendeu umas duas vacas e encomendou ao genro de tio Zé Pereira – que transitava para S. Paulo - um aparelho de TV a cores.

Dedê Dantas, meu tio, tomava cerveja comigo, eu de férias, vindo da capital:

- Vamos assistir ao jogo da seleção do Brasil lá em casa – pai tá entusiasmado com a televisão colorida.

Pedi uma saideira  e outra.

- Vamos, que já tem dez minutos de jogo.

Fomos. O Brasil jogava contra a Suécia, com o uniforme número dois

Entramos, o jogo já em andamento etc.

- E aí, vô, como está o jogo?

- Ei, meu filho,esse timinho de azul tá pra matar nós.

O timinho de azul era o Brasil; a Suécia era camisa amarela.

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