quinta-feira, 2 de julho de 2015

Amor de gatos



O gato cheio de tesão e a gata, dormindo (friozinho de nosso inverno) em minha caixa de papelão repleta de importantes papéis, não quer. Ele veio, desaparecido que estava, e a filha da mãe, feia, tirando onda de difícil. Aquele nhenhém de gatos. Eu já tinha passado por isso, então chamei os dois à ordem e eles pararam para me ouvir e depois retornaram ao negócio; ela negaciando com o rabo:

- Pare com essa presepada – falei ríspido com Ferrugem, seu nome, -  e dê a ele, que andou sumido; você já está gata velha e é tia dele.

Fiquei matutando. Ele andou por lá e não achou nada e vai daí que se lembrou de uma tia feia que não saía de casa e que podia socorrê-lo em sua necessidade.

- Dê a ele, melhor do que aos tranqueiras que você andou arrumando, parindo e negando cuidados aos filhotes.

Acho que ela entendeu mas acabou, no bem bom do gato, saindo num apressado de terror. Dizem, no entanto, que entre eles é assim mesmo. Que seja. Fiquei com pena foi do gato vermelho procurando posição para a pata direita na hora do vupvup.
02.07.15

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