terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

O Papa no Jornal Nacional e eu tomando café

 


 A vida nos ensina a simplicidade. Esfrega em nossa cara todo dia. Antes, na minha irrequietude de jovem, não tinha tempo para essas bizarrices. Imagine, tanto tínhamos para ver e ouvir!

O Jornal Nacional, símbolo consagrado de nosso jornalismo, mostrou ontem uma matéria com o Papa. Nada de especial, uma entrevista distraída com o Papa. Falava da Amazônia, do lixo dos plásticos que se acumulam nos rios, que estão morrendo. Com o bom humor do Santo Papa, abençoando uma loja de amigos numa rua de Roma. Como homem comum, que chegou a dispensar o apartamento papal para morar.  

Me fez lembrar de meu avô, Osvaldo Dantas, e suas bizarrices. Isso nos remetem a uma reflexão. Depois de apresentação da matéria, em que há referência ao poeta Vinicius de Morais e ao cantor Roberto Carlos, ambos brasileiros, e aí já agitamos o  bairrismo que dorme dentro da gente, pouco nos dando com o fato de serem eles, graças a arte, também personalidades do mundo.

Tomo meu café da Barra da Estiva, no quintal de casa, e, dado por satisfeito por saber de tantas informações importantes, tiro simbolicamente o chapéu e digo Boa Noite, William Boner. Meu avô Osvaldo Dantas era quem respondia boa noite ao locutor de então, Cid Moreira, e quando alguém na sala lhe cortava, “oh vovô, não precisa dizer não”, ele emendava: “Como não, meu filho, o homem deu notícia do mundo inteiro (para o nosso conforto), não custa nada responder o   “boa noite”.

Assim sou eu agora. Não custa nada, descobri que a gente responde para gente mesmo, o que, na lição do Papa, é bom para o espírito:

- Boa noite.

Simples.

 

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