- Mas já está na fase de carência – adiantava
sua prima, colega dela de trabalho, ninguém melhor nas informações – e
arrematava:
- Descompromissado,
de preferência, mas um pouquinho de discrição é melhor.
Edu
se apresentava como candidato natural, enfronhava-se, por vezes, em avançar o
sinal, em gestos de simpatia pela boa piada. E Rosa, em igualdade de
comportamento, se escondia e voltava a aparecer em lampejos incendiários. Um
jogo que só eles entendiam de regras e hora de acabar. Era menina perdida que
se achava de graça, espontânea. Para uma saída, ao que se cuidava. Isso tinha
que ser captado assim em meio ao marasmo. Sem saber, Edu, em seus movimentos,
também sentia que brilhava na passarela dos trintões. Foi nessa fogueirinha de papel que fizeram o
trato de darem uma esticada à cidade vizinha no fim de semana.
-
Quem mais? – quis ela saber.
-
Só nós. Cada um no seu carro, encontramos o pessoal lá. Passo pra te apanhar –
combinou Edu.
Ela
sorriu quando Edu disse “só nós”, como houvesse uma complacência entre eles ou
aplicação de golpe em alguém, agora por mero zelo, porque já não devia a fdp
nenhum – pensou e até ensaiou um passo de dança no ritmo da música ambiente que
tocava. Edu achou a dança de uma fofura impar. Então cumprimentou com estampa
de alegria o corpinho se mexendo dentro do vestido. Bem que aquela escultura podia
estar passando por suas mãos.
Estavam numa mesa
de bar principal da cidade, com Rosa sentadinha no colo, quando apareceu um
amigo ao pé de ouvido segredando:
-
Melhor sair, que está chegando uma turma que te conhece.
Mas Rosa exalava
tanta calma e serenidade, que encobria o susto que ele viesse a sofrer. Também ele
gostava de bancar esse lado seu, na distribuição de felicidade,
- Qual é o segredo?
– perguntou Rosa, com uma molhada de língua na sua orelha.
Respondeu com um
beijo mas, num repente, passou a mão em Rosa e pegou a estrada. Ligou o som e
ficou de namoro como garotos tardios. E assim, gastaram as horas da tarde num
namoro com o reaquecimento de Rosa, que vibrava:
- Precisava - dizia
ao escurecer.
- Alguém já lhe disse que você se parece com Sônia Braga quando era nova? - perguntou Edu..
- Você acha?
Edu encostou o veículo num trecho fora da pista. Ao percorrer com a mão por entre a blusa e tocar os seios, sentiu que uma espécie de Hulk estourava em suas calças. O que estaria sucedendo? Também os anos em desuso não deixavam de causar reação nesses moldes. Teve que livrar de roupas que mais enervavam Hulk, para pôr nas coxas de Rosa, que recuou primeiro para poder pegar de mão e conferir com apreço o revoltoso. E, molhada, Rosa deu destino certo ao recém conhecido.
- Que pau, Edu - disse montando de cavalinho.
Depois,
viria na sua mente que um amigo
farmacêutico, mais cedo, lhe oferecera um produto de amostra grátis:
- Tome,
experimente você em suas andanças e depois me fale.
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