Modismo. Aquela época (1977) devia ser a do bronze – revisitada - para
lembrar aqui o poeta Fernando Pessoa. (Gal
por onde agora você se bronzeia, pequena e bravinha?). Gal, se você passasse o
dedo no corpo dela parecia que tirava tinta mas não saía qualquer tinta: ela
era mesmo bronze. Adorava aquela cor. Os
cabelos - Luluzinha da revistinha. Argolinhas discretas nas orelhas meio jeito
phippe; próprio.
Tomei um dia um suco de caju no apartamento dos pais de
Gal (sem a presença deles), a propósito de um trabalho escolar, em companhia de
Paulo. Paulo, brancão, de Uberaba, na Bahia (o pai tinha uma empresa de
transporte filial em Salvador), não ligava assim não para esse tipo de menina;
gostava era de mulher brancona igual a ele mesmo. Otário. Ele tinha uma mania
de trancelim de S. Judas Tadeu - peito cabeludo -, que serrilhava de vez em
quando entre os dentes, o que só isso achava meio legal, mais nada. E era bom
no basquete, no vôlei e aluno bonzinho, ao gosto das freiras irmãs do Instituto
Nossa Senhora da Salete, nos Barris, em Salvador, na Bahia, como figura
exemplar. Até achava aquilo chique mas meio minhominhom. Ah! Tocava um
violãozinho, duas ou três músicas, o que já era suficiente para causar algum
efeito. Eu, no entanto, tímido, tocava até mais, mas sem aquela pose elegante
de Paulo (cadê você,
bicho?).
Estou
escrevendo para rememorar essa fase colegial dos anos 70, com foco na figura de
Gal e Paulo fica me atrapalhando. Vá pra lá, Paulo, com suas brancuras e seu
trancelin de S. Judas Tadeu (gente boa, até ao gosto das irmãs do colégio).
Gal. Quero me lembrar dela. Cadê você, Maria das Graças Aquino (viu como me
lembrei do seu sobrenome?).
Estávamos na
fase dos quinze anos. Eu ficava encantado com a responsabilidade de Gal, como
irmã mais velha, no colégio, cuidando de seus dois irmãozinhos menores, menina
bronze e Luluzinha da revistinha (soube depois que seus pais eram separados).
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