terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Nana, trintona, um filho, e vai leiloar a virgindade


Nana, trintona, um filho, e vai leiloar a virgindade


O ator Zé Abreu, depois de velho e talvez cansado de fazer vários papéis de machão em novelas, resolveu mudar de nome e assumir seu papel na vida real: agora é Zé Abriu. Ocupou por um bom tempo espaço na mídia ao se declarar bissexual. Sem mais nem menos. Como se isso fosse algo tipo atingir o nirvana.  Ainda anunciou que em breve todos seríamos também bissexuais. Que maravilha! Além de tudo, profeta.

A gente então fica imaginando aquele cara da canção de Roberto Carlos, que sempre foi de abrir a porta do carro para a mulher e de lhe dizer no meio da noite que a ama chegando a casa e perguntando ao filho:

- Cadê sua mãe, menino?

- Ah, mãinha entrou pro quarto com aquela amiga dela e faz é hora.

E o cara, coitado, preocupado com a profecia de Zé Abreu, ou Zé Abriu, no caso, com certeza vai correr até o calendário da parede torcendo para que seja um 1º. de abril.

Outro que igualmente está de nome novo é o apresentador de TV Gugu Liberato, que saiu ontem mostrando a barriga. E eu com isso. Mas vai que ele tivesse levado um tiro, coitado, e então, na minha ingenuidade, procurei o texto, mas era apenas a barriga e ele estava sorrindo. Sem entender nada fiquei. Hoje, no entanto, escarafunchando, como sempre, alguma notícia séria nesse garimpo de muitas pedras sem qualquer valor, após ler matérias sobre o cronista Luís Fernando Veríssimo e depressão entre os idosos relacionada ao suicídio do ator Walmor Chagas, topo de cara com a barriga de Gugu. Quando mal esbocei algum sinal de protesto deparei com o título: “Atendendo a pedidos, Gugu publica outra foto sem camisa”. Quer dizer, agora ele não é mais Gugu Liberato mas Gugu  Liberado. Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?

Ainda essa semana insistiram em mostrar a filha de Xuxa toda maquiada no meio de modelos profissionais. A menina não teve nem tempo de brincar de cantiga-de-roda ou de “casinha” primeiro, já ensaiando para receber a coroa de rainha de alguma coisa, sem os motivos nobres, por exemplo, que tiveram para decretar a maioridade de D. Pedro II.

Não é à toa que Nana, uma trintona que vende comida caseira no mercado municipal, se saiu com essa:

- Estou pensando aqui em fazer igual aquela menina: leiloar a minha virgindade.

O filho, que ajudava no serviço, resolveu repreendê-la:

- Mãe, que coisa horrível!

- Horrível por quê? Agora tudo não é assim?

Lembrei-me de que quando criança, jogando bola de gude, acontecia de esta bater na perna de alguém que passasse na rua e interrompesse sua trajetória, então a gente usava a expressão “corras”, para fazer a bola ir mais adiante. Foi o que fez o filho de Nana dando “corras” à mãe na sua presepada:

- É, vai ser legal: a senhora com um filho de quatorze anos e leiloando a virgindade.

- Claro: quem quebra virgindade é filho e você nasceu de parto cesariano. E além do mais, é só mesmo pra pagar umas continhas e as prestações do carro em atraso, que não suporto ouvir cobrança.

A mãe parecia falar sério. Não só os fregueses mas o filho acompanhava de perto seu nervoso sempre que se aproximava do dia cinco,  carnê do carro vencido e sem  o dinheiro completo para quitar a prestação.

- Mãe, depois eles descobrem tudo e vai virar palhaçada.

- Ora, meu filho, e não está tudo palhaçada? Mas aí, já feito o anúncio, mesmo que não deu certo, eu já estou sendo convidada pro programa Fantástico, pro programa de Jô Soares; a revista Playboy vai me chamar pra posar, porque eu ainda estou enxuta..., e esses babacas vão passar um bom tempo discutido o assunto. Não é assim?

É, todo mundo agora quer ser estrela, nesse culto idiota imposto pelo capitalismo selvagem. Fecho essa crônica com os versos da música de Caetano Veloso: “a força da grana que ergue e destrói coisas belas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário