quarta-feira, 12 de março de 2014



FICO TE DEVENDO UM SELINHO 



Era bonita e pronto. Mas naquele momento, tinha que se contentar apenas com isso. Assim ao lado. Não tinha como. Olhos esverdeados; o cabelo - falou depois - , jeito que dera em casa. E  a juventude? Os olhos. De pegar seu último tostão se fosse rapariga, mas não era. Empenhou-se. Fez o que podia fazer por ela.

Final. Proteção. Olhos meio compridos no negócio: aquilo tudo, olhos e juventude.

- Você vai comigo.

Perfume. Como se tivesse saído de um banho. Tipo se enrolada na toalha que se abre e não se abre. Os olhos. As pernas (tão delícia na calça jeans.).

- Te entrego em casa.

Mentira: carregaria para sempre. Mas só até uns metros, o que  efetivamente ocorreu.

- Pare aqui.

Olhos.

- Me dê um beijo.

- De lado; muita gente olhando.

- Queria pelo menos um “selinho”.

- Faz isso: fico te devendo um "selinho".

Aí, ele até preferiu  que se guardasse na lembrança tal fala que propriamente o ato.

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