FICO TE DEVENDO UM SELINHO
Era bonita e pronto. Mas naquele momento, tinha que se contentar apenas com isso. Assim ao lado. Não tinha como. Olhos esverdeados; o cabelo - falou depois - , jeito que dera em casa. E a juventude? Os olhos. De pegar seu último tostão se fosse rapariga, mas não era. Empenhou-se. Fez o que podia fazer por ela.
Final. Proteção. Olhos meio compridos no negócio: aquilo tudo, olhos e juventude.
- Você vai comigo.
Perfume. Como se tivesse saído de um banho. Tipo se enrolada na toalha que se abre e não se abre. Os olhos. As pernas (tão delícia na calça jeans.).
- Te entrego em casa.
Mentira: carregaria para sempre. Mas só até uns metros, o que efetivamente ocorreu.
- Pare aqui.
Olhos.
- Me dê um beijo.
- De lado; muita gente olhando.
- Queria pelo menos um “selinho”.
- Faz isso: fico te devendo um "selinho".
Aí, ele até preferiu que se guardasse na lembrança tal fala que propriamente o ato.
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