Apenas vagamente alguns registros.
Não deu para gravar, ou, numa linguagem mais atualizada, “salvar”. Com a mesma
rapidez com que passei a entender, passei, depois, ao estado em que me
encontrava antes do contato. Com essa coincidência, de que agora sei.
Sei o quê? Era uma sensação de
desligamento – meu corpo ia ficando
sobre a cama, enquanto me via guiado por outros. Mas aí se instalou um medo e
então voltei. O que senti, ainda um pouco preso a minha realidade, foi mais que
suficiente para deixar saudade. De quê? se não posso dizer? Saudade também não
é propriamente a palavra adequada. Poderia descrever aquele instante como de
leveza e conforto nessa transfiguração, até que de lá de cima, em companhia de amigos
desconhecidos, como que sobrevoando, vi meu corpo acomodado na cama e quis
retornar a ele, o que ocorreu de forma automática.
Porque ultimamente acontecia de
encerrar minha leitura da noite com livros espíritas, cuidei haver sofrido
influência do texto durante o sono. Foi isso.
Acho que não estava preparado para
essa viagem, e fico, por vezes, a buscar esses registros, dando azo à
imaginação.
Medo enorme de encarar a morte,
percebi o quanto foi reforçada a importância de nossa passagem pela vida, sem
pressa, até que se alcance essa leveza, de quem quer voar, sem qualquer
obstáculo, e voa...
12.12.2016