Dete
Tinha uma covinha no rosto, acentuada quando
sorria, mas quase não sorria, umas toras de pernas e o cabelo sem cuidado, sem
contar os seios que se presumiam bonitos. Imagine agora o bumbum. Era triste
Dete. Tinha seus motivos, conforme soube depois.
- Dete, esqueça tudo isso que você me falou
sobre seu ex, procure um salão de beleza e faça seu cabelo, passe a usar umas
roupas bonitas e, principalmente, mantenha um sorriso sempre, em todos seus
atos; o amanhecer é um sorriso que Deus nos proporciona: a vida é grande.
Quando dias depois Dete voltou ao meu escritório,
cabelo com estilo, roupa no capricho, a covinha do rosto estava acentuada. No
lembrar do poema de Manuel Bandeira, céus
e terra se estremeceram.