sábado, 15 de março de 2014


Saudade da menina feia 



Era feia. Não aquela menina do poema de Manuel Bandeira, nem aquela do poema da Estrela da Manhã, que ele desejava até a última degradação; simplesmente com ausência de beleza. Mas deu-se que agora ele estava com saudade dela.

Num lance.  Enroscou-se naquele dia. E o rígido da sua memória gravou. Agora aquela lembrança. Tantas que existem por aí de dez a zero. Mas e o jeito de se enroscar e ficar assim juntinhos... E o jeito outro de dizer vou ali me cuidar e volto, e depois voltava envolta em ternura para acontecer. Tinha a juventude e uma triste tatuagem incompreensível. Mas já adiantada em vida. Feia. Feia não, com ausência de atributos. Feia. Mas e a enroscada? Tornava-se a melhor coisa do MUNDO, assim mesmo em caixa alta. Merece. Vá fazer o que ela fez?

Como é que se fica com essa saudade? – saudade de mulher feia. Jamais poderia disputar a candidatura de sequer secretária de candidata a miss. Tinha os seios de acordo. Tinha um sorriso. Seu abraço era abraço de se escreverem páginas e o resto que fosse para os infernos. Embaixo se lubrificava e a condução se tornava mais fácil. Quer mais? Pássaros cantavam lá fora; não tinha a capa pendurada como na canção de Roberto Carlos, que isso é coisa de música.

Viviane era música melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário