.A hora que Talita chegar
Os priminhos de Talita eram
os únicos que se preocupavam com como seria quando ela chegasse, enquanto o
casal vinte se embriagava de primavera ao som da música tocada na vitrola do
tempo.
Uma maiorzinha até que tentava explicar para as outras, que Selmas, mal comparando, só estaria jogando para assegurar Ítalo de outras.
Mas diante dos dois passeando
para lá e para cá no maior relaxo, passou-se a outra conversa que resultou num
abalo. Ítalo descobria que Selmas ora aparecia para frente, ora aparecia
borocoxô:
- Que foi?
- Você é namorado de minha
irmã, vá ficar com ela.
- Minha namorada é você,
Selmas. Talita está noutra.
- Não, não é direito. Você
pode fazer o favor,,,– disse quase que num soluço.
- A prova é tanta, Ítalo, que
você nem mais usa a aliança.
Só então percebeu que a
aliança não estava lá. Ao notar esse descuido, interrompeu o afago e recolheu a
mão. E não fazia diferença apresentar argumentos. Era preciso deixar o silêncio
prevalecer por mais algum tempo. E assim prosseguiriam até que, superada essa
crise, eles encontrariam outra onda, outra sincronia. Aprendia também a se
guiar apesar das adversidades.
Notara a meninada que nada
mudou com a chegada de Talita, pois Ítalo e Selmas permaneciam noivos, de forma
civilizada, inclusive combinando de ir a uma festa juntos.
Mas Ítalo ficou um tanto
animado com a combinação de semelhanças entre as duas, que se diferenciavam pelos cabelos: lisos, da irmã mais velha, e anelados, de Talita. E nessa
mistura de imagens, Ítalo, alterado pela bebida, mergulhava, por vezes, nos
anelos de Talita, que o empurrava para lá:
- Vai ficar com ela, vai, sua
namorada é ela.
E ele não podia afirmar nem
negar se era do mesmo encanto, porém os três voltavam para casa abraçados após
a noite de celebrações, malgrado a desfaçatez do tempo.
E
seguiam nesse ritmo até que anunciaram a mudança permanente de Talita para S.
Paulo, para acabar dessa forma com uma iniciativa de triamor em um
relacionamento que despontava.
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