Meus
companheiros de infância, queria todos vivos. Um mora aqui, outro acolá, mas
vivos, que a hora que a gente quiser se reúne. Amigo de infância é mais que parente. É
parte da gente, ainda que esteja distante, casou, ficou velho, imprestável, mas
ainda palpita num último sopro de vida.
È
uma falta, como parte. E nós sentimos. No final, o que enterram de nós é só um
pouco do que restou. E há aqueles com quem nem chegamos a relacionar mas
sabíamos da sua existência. Mesma coisa. Hoje me chega a notícia de que um AVC
pegou Roberto de Preta desprevenido.
Para quem não sabe, ele se chamava Roberto Carlos, homenagem ao cantor, que fazia grande sucesso na época. Roberto não fizera sucesso nenhum, senão nas pequeninas coisas da sua vida diária. Trabalhador braçal, mas dado também a uma roda de pandeiro e violão. Era irmão de Diquinho, cabeleireiro dos bons, criado por Zefa Parteira; de Dalva, menina criada por Virgulina. Ambos filhos de uma Lavadeira, Preta Rosa Pé de Onça, que, na verdade, se chamava Carmelita Rosa de Jesus. O pai dele era Zé Mocó.
Era meu companheiro de infância. Nunca brincamos juntos, nem ele me deu algum trabalho. Mas sabia de sua existência.
Tchau,
Roberto.
Candiba/BA, 27/11/2021
NeiGeorgePrado
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