sábado, 6 de abril de 2013

O Mestre e eu


O Mestre e eu



... voltasse aqui
e na minha aldeia
primeira coisa
passaria em minha rua
rua Virgiliana Reis, s/n
bateria no portão de minha casa
- Nei, meu irmão!
e teríamos um dedo de prosa
à sombra do pé de manga
como se fosse de costume

falaríamos de muitas coisas
e até de coisa nenhuma
porque com ele até o silêncio é ato de comunicação
como quando deixou de responder a Pilatos

mas com a suavidade
de um sorver de vinho bom

meus gatos ficariam a seus pés
e receberiam dele
cada um
uma alisada de mão
e eu, talvez, por descuido, brincasse
- sabe, Mestre, não dê muita atenção a esse gatinho Francis não
que ele andou quebrando umas louças lá dentro
e por certo ele me repreenderia
- Nei, porra de louça! Deixe os bichinhos: existem outros valores mais importantes
e então eu me sentiria igual a Marta, irmã de Lázaro

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