Nossa
Praça
1. Só aos olhos de quem chega
Que
melhor parece a praça,
Como
troféu, como taça,
Tendo
ao fundo a igreja.
Pois, irmão, agora veja
Esse
mundo como é:
Nada deixaram de pé
E com
“bela” arquitetura
Sepultaram
a formosura;
Nossa
praça essa não é.
2. Nossa praça pobrezinha
Tinha
muito mais encanto.
Se
hoje derramo pranto,
Tudo
pelo que ela tinha
Ou
até pelo que não tinha,
Não
se pode andar de ré.
Mas
creio em Deus e tenho fé:
O que
bem aos olhos agrada
Ao
coração pode ser nada,
Nossa
praça essa não é.
3. Nossa praça tinha vida
A
correr modestamente.
Tenho
aqui em minha mente
Que
Candiba era Candiba.
Hoje
é foto esquecida
Na
parede de um sopé,
Que
eu, saudoso, chego até
A
viver desta lembrança.
Ainda
que com tal festança
Nossa
praça essa não é.
E
isso não se discute.
Mas é
que nela se embute
Um
atentado à vida.
Muita
gente sofrida
Que
não aguenta finca pé
Vende
o que de valia tem,
Pensando
que é para o bem:
Nossa
praça essa não é.
5. A formosura de uma praça
Não
está na arquitetura
Que
isto vira sepultura
Se no
povo que ali passa
Não
se encontra alguma graça
No
trato que o povo quer.
Chora
de homem a mulher
De
criança a cidadão
Sem
saúde e educação
Nossa
praça essa não é.
Poema de Nei George
Prado
Candiba-BA; 2000
Nenhum comentário:
Postar um comentário