terça-feira, 23 de junho de 2015

Borboletinha

A diferença de idade nem se fala. E daí? Tipo pequena e letrada, cabelo espoletado entre preto e loiro, sintonia com a tez branca, e tatuagem que detestava mas que nela, suavidade, ficava bem, que se revogassem as disposições em contrário. Era de se levar para casa. Para sempre. Se o tempo terminasse, prorrogação; os deuses que se virassem por lá. Congelamento de imagem. De tudo. O resto que se fodesse (o computador grifou esta palavra em vermelho, como se eu, direito, fosse substituí-la; coitado). Eu quero falar e pronto.

E falar e não falar, mas sem acabrunhar-me. A vida, vocês já viram, é grande e a gente é coisa pequena diante. Por isso eu passei até a aceitar a tatuagem. Serei o MAIOR defensor daquela borboletinha perto do pescoço. E os óculos? Nela caiam bem, no caso;  problemas outros não dela. Ela é um ET. Só eu sei. Nem a NASA.

Eu e mãe, porque a gente tem um anjo da guarda terráqueo e o meu é mãe (tenho uma tia bisbilhoteira que também pode estar beirando).

Quem definiu regras com base no tempo se existe a eternidade? Eternidade é como comer beiju amanteigado com café e a chuva lá fora. Venha, borboletinha, corramos campos, pichemos algumas artes terrenas, marquemos nossa passagem, e vamos em vôo para nossa casa, só nossa, que importa o que se publica se nem nós sabemos de nós.
23.06.15

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