Jovens. Na filmagem feita pelo
serviço de guarda da prefeitura, de início, parecem bonitos e merecedores de
observações carinhosas, como já os fizera o poeta, tanto que existe uma obra
sua intitulada O Poder Ultrajovem. Iriam
se sentar ao lado e tirar fotos. Afinal, é o poeta, orgulho nacional. Ao
contrário, olham para um lado e outro e, em sistema de revezamento,
tassssssssssssss. Resultado: Drummond, sem armas, como um dia ele escreveu num
dos seus belíssimos poemas, todo borrado. Isso foi um tiro na cara de todos
nós.
Poder-se-ia dizer “Oh,
pai, eles não sabem o que fazem”. E assim perdoá-los. Concordo. Mas se eles não
sabem o que fazem existe um culpado. E o culpado somos nós, que não oferecemos
uma Educação como deve ser e permitimos, dentro desse sistema perverso do
capitalismo selvagem e com uma mídia a serviço de estimular o consumismo e
alienação geral, que a vida prossiga dessa forma, até nem se sabe quando.
Não vemos que existe algo
errado na engrenagem contemporânea em conduzir a sociedade, daí porque nem
sociólogos conseguiram de imediato explicar a onda de manifestações de junho e,
aliás, nem os próprios manifestantes; a mídia sempre a serviço dos interesses
do capitalismo selvagem, tergiversando como pode, e as coisas batendo em nossa
cara todos os dias, para lembrar um poema de Drummond de Andrade, na época que
Doca, por machismo, assassinou a companheira Ângela Diniz em Búzios, quando o
poeta escreveu em sua coluna no Jornal do
Brasil: Ângela Diniz é assassinada
todos os dias no Rio de Janeiro.
Sacrilégio. O poeta é
pessoa sagrada. À guisa de ilustração, por oportuno, tiro aqui da algibeira
esses versos de minha lavra, em meio a tantos outros de outros bardos que sei
existirem:
O poeta
O poeta viaja por terras
Próprias e alheias
Alheio até de si mesmo
Passagem ida e volta
Pra te trazer a pepita
Do garimpo dos deuses
Drummond, poeta da cidade
do ferro, mas que nos presenteou com tantas pepitas, vai aqui um beijo de
agradecimento pela esperança que você
nos passa ao dizer em seus versos no livro A
Rosa do Povo que uma flor nasceu na
rua, furou o asfalto...
Parabéns, uma ótima materia
ResponderExcluirPoeta é do meu time,
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