Para Daniel da Silva Prado
Não era nem menino nem passarinho. Nada a
ver.
Molhava as plantas de sua casa num certo
dia e aí aconteceu.
Borboletinhas em volta no jardim do
quintal, e aí aconteceu: elas, as borboletinhas, volteavam por entre as
plantas, com festividade, num fim de dia.
Então surgiu um passarinho diferente, que
pousou no pé de romã.
Como ele não se arredava, mesmo com
esguicho de água da mangueira com que regava as plantas, aproximou-se,
brincando:
- Ei, como é seu nome?
- Ramon – o pássaro respondeu de forma
cantada, que ele entendeu.
Surpreso com a “fala” do pássaro, que não
era fala e ele entendia, indagou:
- Por quê estou entendendo você?
- Porque você é um poeta. Olavo Bilac não
conversava com estrelas?
- É, mais isso só na poesia...
O passarinho estranho deu uma girada de
pescoço e respondeu: - Vem gente; depois
eu volto – e saiu do pé de romã.
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