terça-feira, 26 de novembro de 2013

A Chegada de ACM ao Inferno





1.
Deu-se  na televisão
Rádio, internet e jornal
Notícia já esperada
Da morte de um imortal
No ramo da política
Do cenário  nacional

2.
De prenome Antônio Carlos
Magalhães de sobrenome
Conhecido por ACM
Aqui falo desse homem
E se falo é com cuidado
Pois que as palavras somem

3.
Baiano de nascimento
Nasceu ele em Salvador
Terra de todos os santos
Em que foi governador
Deputado Estadual
Foi por onde começou


4.
Médico por formação
Foi redator de jornal
Por duas oportunidades
Chegou à Câmara Federal
E eis que nos anos setenta
Foi Prefeito da Capital


5.
Esse homem, minha gente
Foi herói, foi repressor
Conviveu com JK
Democrata e construtor
De Brasília, a Capital
Até que a coisa mudou

6.
Mas não  mudou o retrato
Do presidente mineiro
Que ficou no gabinete
No seu  mandato inteiro
Quando veio a Ditadura
Militar como o certeiro

7.
Daí pra governador
Da Bahia foi um pulo
Seu Estado governou
E com jeito muito duro
Nos tempos da ditadura
Em que se pichava muro

8.
Diz ter sido um progressista
Usou cuia, usou chicote
Pôs a polícia nas ruas
Estudante dançou xote
Se progresso foi dum lado
Do outro se deu calote

  
9.
Cachorro naquela época
Tinha trabalho dobrado
Pra pegar de estudante
A professor revoltado
Se hoje conto esta história
É que sou cabra retado

10.
Tempos de repressão
Se viviam nessa época
ACM mão de ferro
Não descansava a munheca
Batia sem dó nem pena
Sufocava “quebra-quebra”

11.
Mas também por outro lado
No encontro da União
Nacional dos Estudantes
Sem muita confusão
Consentiu realizasse
No Centro de Convenção

12.
Esse homem brigou tanto
E até com brigadeiro
No final da Ditadura
Pra saltar noutro terreiro
Enterrando um regime
Em busca do alvissareiro

  
13.
E no que perdeu na Bahia
Pra Waldir e Nilo Coelho
Ganhou foi um Ministério
Pra não dobrar o joelho
E na eleição seguinte
Retomar seu aparelho

  
14.
Pra prefeito em Guanambi
Nilo Coelho foi e venceu
Nas palavras de ACM
Pra prefeito ele nasceu
Numa crítica suave
Pra limitar quem não é seu

15.
E não é que ele acertou
Nessa parte de prefeito?
Só errou em outra parte
Pois que nada é perfeito
O homem foi governador
Quando vice foi eleito

16.
De volta ao Governo
Do Estado da Bahia
ACM incrementou
O que antes já se sabia
Um esquema concentrado
De ser ele sempre o guia

17.
E assim por muito tempo
Foi que mandou e desmandou
Colocava chupa-cabra
Para ser governador
E de cima comandava
No cargo de senador

18.
Ele tinha por projeto
Ter um filho presidente
Da Câmara de Deputado
E conseguiu, contente
Mas também da República
Que era dali para frente



19.
Era um nome de aceitação
Do filho Luiz Eduardo
Da direita e do centro
De quem não o via errado
Mas o destino o levou
Que frustrou o planejado

20.
ACM depois disso
Se tornou de certa forma
Um homem mais amargo
Não gostando de reforma
E com vícios de outrora
Veio por ferir mais norma

21.
Pois não é que Presidente
Do Congresso Nacional
Permitiu que se quebrasse
De maneira negocial
O sigilo eletrônico
Do painel e coisa e tal

22.
E pra não perder mandato
Teve peito e renunciou
Um suplente chupa-cabra
Era o seu senador
De forma que tudo então
Como antes continuou



FIM DA 1ª. PARTE

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